Tropeiros: Pioneiros do Comércio e Desbravadores das Estradas Brasileiras

Os tropeiros foram figuras importantes na história do Brasil, principalmente durante os séculos XVII e XVIII, no período colonial. Eles eram condutores de tropas ou comitivas de muares (mulas e cavalos) que transportavam mercadorias entre as regiões de produção e os centros consumidores.

A atividade dos tropeiros teve início no século XVII e durou até o início do século XX. O marco inicial do tropeirismo pode ser considerado a instalação da Oficina Real dos Quintos na Vila de Taubaté em 1695.

Os tropeiros desempenharam um papel crucial na abertura de estradas e na fundação de vilas e cidades. Muitos entrepostos e feiras comerciais criados por tropeiros deram origem a pequenas vilas e, futuramente, às cidades.

A vida de um tropeiro era desafiadora. Eles percorriam longas distâncias, muitas vezes enfrentando condições climáticas adversas e estradas perigosas. A alimentação dos tropeiros era composta de feijão, farinha, toucinho ou carne de sol, além de café e fubá.

A cultura tropeira é marcada por elementos como a música, a culinária e as festas tradicionais. A música tropeira, por exemplo, é caracterizada por canções que retratam a vida dos tropeiros e suas aventuras nas estradas.

Qual a extensão do Caminho das Tropas?

O Caminho das Tropas, também conhecido como Estrada das Tropas ou Caminho do Sul, era uma antiga via terrestre de ligação do Rio Grande do Sul com a Capitania de São Paulo durante o período do Brasil Colônia. Esta rota tinha aproximadamente 1.500 km de extensão entre o Registro de Viamão, no Rio Grande do Sul, e o Registro de Sorocaba, em São Paulo.

Fonte: Gazeta do Povo, 2024

Tropeiros em Campo do Tenente

A história de Campo do Tenente, no Paraná, está fortemente ligada ao ciclo do tropeirismo.

As origens históricas do povo tenenteano remontam ao tempo em que se transportava gado dos pampas gaúchos até a Capitania de São Paulo, através do histórico “Caminho Sorocaba-Viamão”. Este caminho, única comunicação terrestre de São Paulo com a parte sul do país, permitiu que ao longo de seu trajeto surgissem inúmeras povoações, mais tarde importantes cidades.

A antiguidade do lugar é comprovada pela citação de mapas datados a partir do século XVIII. Registros históricos nos dão a data de 1847, como sendo o ano da povoação de Campo do Tenente.

Dois fatores contribuíram para o progresso do lugar: a inauguração da estrada de ferro em 1894 e a chegada da energia elétrica, de forma gratuita, no ano de 1907. Este presente comunitário foi oferecido pelo major Henrique Stahlke, que instalou uma indústria no lugar, gerando energia elétrica, favorecendo a localidade.

Caminho Sorocaba-Viamão

O Caminho Sorocaba-Viamão, também conhecido como Caminho das Tropas, Estrada das Tropas ou Caminho do Sul, foi uma antiga via terrestre de ligação do Rio Grande do Sul com a Capitania de São Paulo durante o período do Brasil Colônia.

Aqui estão alguns pontos importantes sobre o Caminho Sorocaba-Viamão:

Origem: O caminho tem sua origem nos trechos percorridos por Povos Indígenas, Bandeirantes e Tropeiros em suas rotas de comércio e abastecimento.

História: Ao longo do século XVIII, a economia colonial crescia, e com ela, a necessidade de abastecer os centros urbanos que floresciam, sobretudo nas Minas Gerais. Os arraiais que se formavam em torno das novas jazidas necessitavam ser abastecidos por gêneros, transportados no lombo de mulas, únicos animais que conseguiam resistir com carga a percorrer grandes distâncias por caminhos muitas vezes impraticáveis.

Comércio: Em Sorocaba, no interior de São Paulo, aconteciam grandes feiras durante todo o ano, ali sendo comerciados animais e gêneros para os garimpeiros e exploradores. Os comerciantes deslocavam-se entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, transportando bois, cavalos, mulas e gêneros regionais.

Impacto Cultural: O Caminho das Tropas começou a ser descrito e representado, em mapas e pinturas, a partir do início do século XIX, mas foi estabelecido ao longo do período colonial, com aproveitamento de vários caminhos indígenas anteriores ao século XVI.

O que é tropeirismo?

O tropeirismo, cujo termo deriva de “tropa”, foi uma atividade itinerante desenvolvida por grupos de homens, os tropeiros, durante a época colonial do Brasil. Os tropeiros conduziam o gado, principalmente do Rio Grande do Sul para Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, e ao mesmo tempo, levavam consigo bens essenciais para o interior.

Esse sistema econômico baseado na criação de gado e no comércio de produtos agrícolas predominou no Sul do Brasil entre os séculos XVII e XIX. Os tropeiros eram os comerciantes que transportavam esses produtos em mulas, por meio de caminhos e trilhas conhecidas como “tropas”.

O tropeirismo surgiu como uma nova atividade que promovia a interligação dos polos econômicos antes inexistentes. As mercadorias importadas e alimentos eram trazidos no lombo de mulas que cortavam várias trilhas capazes de integrar diferentes pontos do território.

A figura do tropeiro, à maneira do gaúcho das pampas da Argentina ou do Uruguai, identificava-se pela sua vestimenta adaptada à viagem árdua: manta, camisa de flanela, chapéu e botas que o protegiam das vicissitudes do clima. O tropeiro foi fundamental para fomentar o desenvolvimento do interior e estimular a fixação das populações.

Quais eram os principais produtos transportados pelos tropeiros?

Os tropeiros transportavam uma grande variedade de mercadorias. Os principais produtos eram:

– Animais: Principalmente mulas e cavalos, que eram muito valorizados na época.

– Alimentos: Grãos como arroz, feijão, milho, produtos beneficiados como farinha e goma, rapadura e cachaça. Além disso, carnes como peixe salgado e carne de sol eram muito comuns.

– Produtos Manufaturados: Inclusive os importados da Europa.

– Outros Produtos: Como açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, manteiga, biscoito, passas, noz, farinha, gengibre, sabão, fruta seca, chouriço, salame, tecido, alfaias, marmelada, coco, carne seca, algodão, sal, vidro para janela, entre outros.

Esses produtos eram transportados por comboios de mulas, conhecidos como tropas, que cortavam várias trilhas capazes de integrar diferentes pontos do território. O comércio nesses povoados desenvolvia-se naturalmente para atender as tropas, ao mesmo tempo em que os tropeiros levavam e traziam mercadorias para esses povoados.

Qual a rota mais famosa dos tropeiros?

A rota mais famosa dos tropeiros é conhecida como Caminho das Tropas, também chamada de Estrada das Tropas, Estrada Viamão-Sorocaba, Estrada Real, Caminho da Serra ou Estrada do Sertão.

Essa rota era o trajeto pelo qual as tropas de animais comprados no Sul se deslocavam para as províncias do Sudeste. O percurso entre o sul e sudeste brasileiro ficou conhecido como Caminho das Tropas, Caminho de Viamão, Estrada do Sul ou ainda Estrada da Mata, mais tarde no Paraná designou-se Rota dos Tropeiros.

Ao longo do percurso, do Caminho do Viamão, os pousos dos tropeiros deram origem a importantes cidades como: Viamão, Vacaria, Lages, Rio Negro, Lapa, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva, Sengés, Itararé, Itapeva, Itapetininga, Sorocaba, entre outras.

Como era o dia a dia de um tropeiro?

O dia a dia de um tropeiro era bastante desafiador e exigia resistência física e mental. Aqui estão alguns aspectos importantes da vida cotidiana de um tropeiro:

– Viagens Longas: Os tropeiros percorriam longas distâncias, muitas vezes enfrentando condições climáticas adversas e estradas perigosas. Eles trabalhavam arduamente, percorrendo uma média de 40 km por dia, sete dias por semana, por longas semanas.

– Transporte de Mercadorias: Eles eram responsáveis por conduzir tropas de animais, geralmente mulas, carregadas com mercadorias. Essas tropas transportavam produtos como charque, couro, erva-mate, entre outros, entre as regiões produtoras e os centros urbanos.

– Alimentação: A base da alimentação era composta por muita gordura. A energia dos tropeiros vinha do feijão, toucinho, torresmo, carne seca, fubá, farinha de mandioca e de milho, além de paçoca.

– Cultura Tropeira: A cultura tropeira é marcada por elementos como a música, a culinária e as festas tradicionais. A música tropeira, por exemplo, é caracterizada por canções que retratam a vida dos tropeiros e suas aventuras nas estradas.

– Desafios: Os tropeiros tinham que lidar com a falta de infraestrutura ao longo do caminho, como abrigos e locais adequados para descanso. Apesar das dificuldades, os tropeiros eram conhecidos por sua coragem, habilidade e resistência.

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