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A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, foi a mais longa rebelião do período regencial do Brasil, ocorrendo no Rio Grande do Sul e durando dez anos, de 1835 até 1845.
– Causas: A revolta foi mobilizada pelos grandes proprietários de terra do Rio Grande do Sul, insatisfeitos com os altos impostos cobrados pelo governo imperial sobre seus produtos, especialmente o charque. Os negros escravizados também foram recrutados para lutar, sob a promessa de liberdade, no caso de vitória na guerra contra o império.
– Conflitos: No dia 20 de setembro de 1835, uma revolta armada, com pouco mais de 200 cavaleiros se estabeleceu nos arredores da capital, Porto Alegre. Em 1836, o comandante da Guarda Nacional local, Bento Gonçalves, um dos líderes do movimento, entrou em Porto Alegre e, com o apoio da Assembleia Provincial, proclamou a República do Piratini.
– Fim da Guerra: A Revolução Farroupilha se encerrou com o Tratado de Poncho Verde, em 1º de março de 1845. Este tratado marcou o fim da guerra e a reintegração do Rio Grande do Sul ao Império do Brasil.
– Impacto Cultural: A Guerra dos Farrapos deixou um legado cultural importante, especialmente no Rio Grande do Sul, onde é lembrada todos os anos durante a Semana Farroupilha, uma festa estadual que celebra a cultura gaúcha e a memória dos líderes da revolução.
Bento Gonçalves na Guerra dos Farrapos
Bento Gonçalves da Silva (1788-1847) foi um militar e revolucionário brasileiro, sendo um dos líderes da Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha. Esta revolução durou dez anos e pretendia a independência da província do Rio Grande do Sul.
Em 1835, Bento Gonçalves comandou a tomada da capital da província, Porto Alegre, dando início a uma série de combates entre os gaúchos e as forças imperiais. No ano seguinte, em 1836, os farrapos proclamaram a República Rio-Grandense e aclamaram Bento Gonçalves como presidente.
Bento Gonçalves nasceu em Bom Jesus do Triunfo, Rio Grande do Sul, no dia 23 de setembro de 1788. Ele era o décimo filho do português, criador de gado, Joaquim Gonçalves da Silva e de Perpétua Meireles. Bento passou sua infância na fazenda da avó materna, aprendeu a ler e escrever com facilidade e montava com desenvoltura.
Guerra dos Farrapos em Campo do Tenente
Campo do Tenente, no Paraná, tem uma história fortemente ligada ao ciclo do tropeirismo e à Guerra dos Farrapos.
– Origem do Nome: O nome “Campo do Tenente” vem de um acampamento militar da época da Guerra dos Farrapos, que estava sob o comando de um tenente. Desde então, o local ficou conhecido como “Campo do Tenente”.
– História: As origens históricas do povo tenenteano remontam ao ciclo do tropeirismo, quando se transportava gado dos pampas gaúchos até a Capitania de São Paulo, através do histórico “Caminho Sorocaba-Viamão”. Este caminho, única comunicação terrestre de São Paulo com a parte sul do país, permitiu que ao longo de seu trajeto surgissem inúmeras povoações, mais tarde importantes cidades.
– Desenvolvimento: Dois fatores contribuíram para o progresso do lugar: a inauguração da estrada de ferro em 1894 e a chegada da energia elétrica, de forma gratuita, no ano de 1907. Este presente comunitário foi oferecido pelo major Henrique Stahlke, que instalou uma indústria no lugar, gerando energia elétrica, favorecendo a localidade.
– Formação Administrativa: A criação do município se deu a 25 de janeiro de 1961 pela Lei n.º 4.338, tendo sido instalado o município a 29 de outubro de 1961.
Qual foi a importância da Guerra dos Farrapos para o Brasil?
A Guerra dos Farrapos foi um marco importante na história do Brasil por várias razões:
– Desafio ao Governo Imperial: Foi a primeira grande revolta contra o governo imperial e representou uma ameaça significativa à integridade territorial brasileira.
– Luta pela Autonomia: A guerra expressou a insatisfação dos estancieiros gaúchos com a política fiscal do governo brasileiro e a falta de autonomia da província. Isso abriu caminho para a luta pela independência de outras regiões do país.
– Construção de Identidade: A Guerra dos Farrapos teve um papel importante na construção de uma identidade política e na definição de uma memória oficial do Estado.
– Influência nas Políticas Fiscais: A guerra resultou em mudanças nas políticas fiscais. O acordo de paz estipulou a taxação em 25% sobre o charque estrangeiro, atendendo a uma das principais demandas dos estancieiros gaúchos.
– Participação dos Escravizados: A participação dos negros escravizados na guerra, sob a promessa de liberdade, também é um aspecto importante a ser destacado.
Portanto, a Guerra dos Farrapos teve um impacto significativo na história do Brasil, influenciando a política, a economia e a sociedade do país.
Qual é a origem da palavra 'farrapo'?
A palavra ‘farrapo’ tem origem no espanhol ‘harapo’, que significa ‘trapo, andrajo’. O verbo ‘harpar’ em espanhol significa ‘rasgar tecido, colocar tiras ou rebarbas em pendão’.
No contexto da Guerra dos Farrapos, a palavra foi usada como alcunha para os insurretos da revolução de 1835 no Rio Grande do Sul. Portanto, ‘farrapo’ é sinônimo de ‘farroupilha’, termo também usado para se referir aos participantes da revolução.
Qual é a origem da palavra 'farroupilha'?
A palavra ‘farroupilha’ tem origem na palavra ‘farroupa’, que significa ‘trapo, andrajo’. No entanto, a denominação ‘farroupilha’ é anterior à Revolução Farroupilha e era utilizada para designar os grupos liberais de ideias exaltadas.
Segundo Evaristo da Veiga, o termo foi inspirado nos “sans culottes” franceses, os revolucionários mais extremados durante o período da Convenção (1792 a 1795).
Outra versão insiste no fato de que o termo foi provavelmente inspirado nas roupas rústicas de um dos líderes dos liberais, Cipriano Barata. Portanto, ‘farroupilha’ é sinônimo de ‘farrapo’, termo também usado para se referir aos participantes da revolução.
Quem foi o líder dos farrapos?
O principal líder da Guerra dos Farrapos foi Bento Gonçalves da Silva. Ele era um estancieiro e foi o presidente da República Rio-Grandense durante a revolução. Bento Gonçalves entrou em Porto Alegre e destituiu o presidente da província, Antônio Fernandes Braga, nomeado pelo governo regencial.
Além dele, outros nomes importantes foram o do italiano Giuseppe Garibaldi e o do militar brasileiro David Canabarro.
Quem foi o líder do governo imperial na Guerra dos Farrapos?
O líder do governo imperial na Guerra dos Farrapos foi Luís Alves de Lima e Silva, mais conhecido como Duque de Caxias. Em 1842, o Império nomeou Duque de Caxias como presidente da província do Rio Grande do Sul com o objetivo de finalizar o conflito separatista no sul do Brasil. Além das armas, o Duque usou a política para derrotar de uma vez por todas os farrapos.
O que aconteceu com os líderes dos farrapos após a guerra?
Após o fim da Guerra dos Farrapos, os líderes farrapos tiveram destinos diferentes:
– Bento Gonçalves: Após a guerra, Bento Gonçalves continuou sua carreira política e militar. Ele manteve dezenas de escravos como sua posse durante toda a sua vida e os deixou como herança para a sua família.
– David Canabarro: Documentos provam que líderes farroupilhas, incluindo David Canabarro, foram ao Rio de Janeiro tratar a paz e a entrega dos negros ao Império. Na noite do Massacre de Porongos, mais de 100 negros foram mortos. Os sobreviventes foram enviados para o Rio de Janeiro, onde seguiram escravizados.
– Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias): Em 1842, após sucessivas vitórias do exército imperial, o Duque de Caxias, então presidente da província, conseguiu a rendição dos farrapos combinando medidas repressivas e negociação.
Portanto, o fim da Guerra dos Farrapos marcou um período de mudanças significativas para seus líderes.
Quantos anos durou a Guerra dos Farrapos?
A Guerra dos Farrapos durou dez anos, iniciando-se em 1835 e terminando em 1845.
O que aconteceu com os escravos após a Guerra dos Farrapos?
Após a Guerra dos Farrapos, o destino dos escravos que lutaram na guerra foi bastante variado:
– Libertação: O Tratado de Poncho Verde, que marcou o fim da guerra, estipulava a libertação dos escravos que haviam lutado ao lado dos farroupilhas.
– Massacre de Porongos: Muitos lanceiros negros foram mortos na conhecida Batalha (ou Massacre) de Porongos.
– Escravidão: Os escravos que sobreviveram à guerra e não foram libertados continuaram a viver como escravos. Alguns foram incorporados nos exércitos domésticos dos militares estancieiros do Rio Grande do Sul.
– Jornada pela Liberdade: Os lanceiros negros que sobreviveram passaram por uma dura jornada em busca de sua liberdade.
Portanto, apesar da promessa de liberdade, muitos escravos que lutaram na Guerra dos Farrapos não obtiveram a liberdade que almejavam.